domingo, 24 de outubro de 2010

Análise de modelos mentais - desconstrução de premissas


Aula do dia 25/5/2010
Dividimo-nos em grupos e realizamos a leitura seccionada do texto Tá combinado, de Feizi Masrour Milani. Após a leitura, realizamos uma dramatização onde associamos o texto a algum fato do nosso cotidiano escolar.

Tá combinado! - Construindo um pacto de convivência na escola.

O texto articula tecnologias para o trabalho educativo do professor fundamentando-se num conjunto de princípios e valores que precisa ser conhecido,  compreendido e incorporado por quem deseja aplicá-lo, ou pelo menos servir de base para que suas próprias estratégias sejam criadas.
Essa tecnologia se pauta em modelos mentais que atuam de três maneiras, a saber:
  • Filtro: lentes que se colocam entre a mente e o objeto observado. Caso estejamos com óculos cujas lentes sejam vermelhas, veremos um mundo condicionado por essa cor.
  • Análise: processador que decodifica as informações levando-nos a determinadas conclusões.
  • Decisão: menu de opções acionado pelas conclusões da etapa anterior. São alternativas de ação dentre as quais os indivíduos tomam suas decisões.
O modelo mental filtra as percepções do indivíduo, captando prioritariamente aquelas que confirmam suas próprias crenças resultando em uma interpretação dos fatos que o confirma e reforça.
Os modelos mentais dos professores têm um impacto profundo no clima e estados mentais de aprendizagem. Tais modelos são a principal motivação para o comportamento das pessoas e caso queiramos modificar nossas atitudes, devemos conhecer nossos modelos mentais: nossos pensamentos e sentimentos que formam nossa percepção das coisas. Quando essas ‘verdades’ não são trazidas à tona e analisadas criticamente, corre-se o risco de se partir de uma premissa equivocada o que nos levará a conclusões igualmente erradas.
O livro questiona uma série de premissas controversas, dentre elas destacamos:  
  •  Os alunos de hoje em dia não querem nada!
Essas queixas são bastante antigas. A cada geração, jovens e adolescentes desempenham o mesmo papel nesse sistema bancário de ensino.  Cada educador deve aceitar os desafios da auto-análise e da autotransformação, examinar o seu modelo mental, questionando as premissas e crenças que o fundamenta, rever as suas posturas e práticas em sala de aula, buscar o constante aprimoramento pessoal, não apenas o cognitivo, mas também o emocional, ético e espiritual.
Superar modelos e processos ultrapassados na educação escolar exige formação integral do ser humano (propósito do trabalho educativo).
  •  Esses alunos deveriam ser mais responsáveis
Responsabilidade não é um estado definitivo, é um aprendizado constante e indefinido, lento e progressivo. Será que estamos criando oportunidades adequadas para que eles desenvolvam o seu senso de responsabilidade? A autonomia vai se constituindo na experiência das várias decisões tomadas. Se nossos educandos não estão amadurecendo, a responsabilidade disso recai sobre a família, principalmente, e também aos educadores.
  •  Se os alunos recebessem uma boa educação doméstica, eu não teria tantos problemas em sala de aula.
Impossível não concluir que a desagregação das famílias está influindo negativamente no cotidiano escolar, mas o professor não pode se pautar nisso para realizar um trabalho descomprometido. A educação não pode se tornar um jogo de empurra, onde a família culpa a escola pela má índole dos seus filhos e vice-versa, ou as duas se unem para culpar a mídia ou o sistema. O professor não pode se isentar de sua responsabilidade, ao contrário, ela só aumenta. Na grande maioria dos casos, esses estudantes são os que mais dependem de uma orientação que o capacite a desenvolver sua auto-disciplina e crescimento intelectual em limites justos e equilibrados.

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