domingo, 24 de outubro de 2010

Diversidade e conceitos correlatos


Aulas dos dias 6 e 27/7/2010
Realizamos a leitura e discussão do texto Diversidade: Um conceito apropriado? De Wivian Weller.


D I V E R S I D A D E


O termo diversidade é utilizado para definir um conjunto de políticas e práticas educacionais que passaram a ser adotadas, sobretudo a partir da criação dessa secretaria no âmbito do MEC em 2004. Este é um termo um tanto escorregadio, que pode levar à celebração das diferenças sem um “posicionamento crítico e político e um olhar mais ampliado que consiga abarcar os seus múltiplos recortes”.
Nesse sentido, uma reflexão mais profunda em torno de alguns conceitos que se fazem necessários para que se possa de fato promover avanços e transformações no âmbito da escola no que se refere à tolerância às diversidades.
MULTICULTURALISMO

Termo surgiu a partir dos anos noventa com as contribuições de estudiosos como Stuart Hall. Multicultural é um vocábulo qualificativo utilizado para descrever as características sociais e os problemas de governabilidade apresentados por qualquer sociedade nas quais diferentes comunidades culturais convivem e tentam construir uma vida em comum, ao mesmo tempo em que  retém algo de sua identidade ‘original’.
Multiculturalismo é um substantivo que se refere às estratégias e políticas adotadas para governar ou administrar problemas de diversidades e de multiplicidade gerado pelas sociedades multiculturais. O termo descreve também uma série de processos e estratégias sempre inacabados e assim como existem distintas sociedades multiculturais, também podemos constatar distintos multiculturalismos e distintas correntes teóricas discutindo os distintos multiculturalismos: ético, de crenças, culturas, status social, etc.
Dois princípios básicos do multiculturalismo
·         Melting pot cultural: expressão estado unidense que compreende os EEUU  como uma democracia com diferentes línguas, grupos étnicos e uma diversidade de estilos de vida, tradições e valores. Rejeitam o ideal do país caldeirão no qual as diversidades são assimiladas em uma cultura comum.
·         Oposicionistas: questionam e muitas vezes rejeitam tais idéias e instituições que descartaram ou exerceram repressão sobre o pluralismo, uma das características centrais da condição multicultural.

O multiculturalismo vem se afirmando como um campo de estudos interdisciplinar e transversal, que tem tematizado e teorizado sobre a complexidade dos processos de elaboração de significados nas relações intergrupais e intersubjetivas, constitutivos de campos identitários em termos de etnia, gênero, classe, gerações, orientação sexual, religião, etc. A educação multicultural é a dissemiNação de significados, tempos, povos, fronteiras, tradições – que a alteridade radical da cultura nacional criará novas formas de viver e escrever.
DIFERENÇA

Homi K. Bhabha defende a utilização do conceito ‘diferença cultural’, pensando o limite da cultura como um problema da enunciação da diferença cultural, que deve ser vista como uma forma de intervenção e negociação.
RECONHECIMENTO

Teóricos como Nancy Fraser, Charles Taylor, Axel Honneth entre outros apontam para a “política do reconhecimento”. Essa política surge de vários setores ‘minoritários’ da sociedade com suporte no multiculturalismo. Nossas identidades originam-se do reconhecimento delas. Reconhecimento não adequado incide numa identidade deteriorada, ou na opressão e negação.
Um mecanismo eficiente é o de fusão dos horizontes que incide no estudo das diferentes culturas, valores e crenças promovendo a aquisição de diferentes linguagens.
Resgatando Hegel, Axel Honneth menciona trás formas de se desenvolver uma atitude positiva:  através do amor, direito e estima.    

POLÍTICA DE RECONHECIMENTO NO CAMPO DA EDUCAÇÃO

Para Taylor a educação é o lócus privilegiado para o debate sobre a implementação das políticas de reconhecimento. As instituições de ensino de qualquer nível devem adaptar seus currículos ante essa realidade de diversidades. Muitos de seus críticos acreditam que Taylor reduz sua teoria simplesmente ao reconhecimento ou não das diversidades.
Para Willinsky enfrentamos um processo de mudança do significado e significância das categorias, onde os que ocuparam e ocupam os postos de poder determinam essas categorias. Esse processo de nomeação desvela toda sorte de idéias pré-concebidas e deterministas que acomodamos em nosso senso comum sem, muitas vezes, questionarmos sua carga de preconceitos. Willisky defende uma mudança que inicie pelos conceitos.
REDISTRIBUIÇÃO

Segundo Nancy Fraser “demandas por reconhecimento das diferenças alimentam a luta de grupos  mobilizados sob as bandeiras da nacionalidade, etnicidade, raça, gênero e sexualidade. Identidade grupais substituem as classes nesse pós-socialismo de agora.
A autora propõe um conceito de justiça no qual o reconhecimento e redistribuição estejam integrados, uma vez que injustiças culturais ou simbólicas e socioeconômicas são práticas indistintas e cotidianas. Fraser prevê medidas de redistribuição de renda que possam minimizar esses impactos, bem como uma nova divisão do trabalho associadas a uma mudança cultural ou simbólica. Nestas idéias estão imbuídas a desinstitucionalização dos padrões androcêntricos que impedem a paridade dos gêneros e a elaboração de suportes a esse novo paradigma.  

Não podemos disseminar pela nossa prática educacional as desigualdades sociais, e de gênero. O trabalho filosófico, político e educacional deve estar direcionado para uma prática libertadora  que possa restaurar nossa identidade, desvinculada das máscaras da alienação. Educar multiculturalmente exige que nos desfaçamos do sistema atual de categorias.

Aprendizagem colaborativa


Aula do dia 14/9/2010
Fizemos a leitura e reflexão sobre o texto Projetos de aprendizagem colaborativa num paradigma emergente, de Maria Aparecida Behrens.

Aprendizagem colaborativa

     As perspectivas para o século XXI indicam a educação na escola como pilar para alicerçar os ideais de justiça, paz, solidariedade e liberdade, tendo em vista a falência da família.
     A sociedade do conhecimento e globalização inferem uma educação planetária, mundial e globalizante onde a produção intelectual é obtida pelo uso intensivo de tecnologias. Nesse novo paradigma de virtualidade, as barreiras físicas foram derrubadas, bem como o positivismo Newton-cartesiano.
Nessa era das Relações (das redes sociais) exige-se conexão rápida, quase imediata, o que tem corroborado para a integração dos conhecimentos.  Mas toda essa revolução científica, epistemológica, cultural e tecnológica esbarra numa imensa contradição: a grande parcela da humanidade está excluída desses bônus. E no tocante às instituições de ensino superior, tem-se dado preferência para cursos de menor duração para atender de maneira rápida às demandas do mercado, o que nem sempre está associado à qualidade, à pesquisa de soluções mais elaboradas e eficazes.
     O professor é um pesquisador do conhecimento crítico e reflexivo que deve fomentar no aluno a necessidade de se ultrapassar o papel passivo, conduzindo-o à auto-organização para acessar informações, analisá-las, para elaborar sua autonomia em relação ao conhecimento, aprender a aprender! Ser um sujeito ativo, cidadão cujo desenvolvimento intelectual seja correspondente ao tecnológico que o permita descobrir, transformar e produzir conhecimento. Trata-se de aliar a formação ético-humanística aos desafios tecnológico-científicos para que consigamos construir uma sociedade realmente produtiva.

A era digital e a aprendizagem colaborativa

O reconhecimento da era digital como uma nova forma de categorizar o conhecimento não implica descartar todo o caminho trilhado anteriormente. A prática docente está assentada na construção individual e coletiva do conhecimento. E devido a essa influência tecnológica devemos saber manusear as técnicas científicas sob pena de sermos excluídos do mercado de trabalho ou de não ascendermos profissional e intelectualmente.
A abordagem pedagógica que valorize a aprendizagem colaborativa depende dos professores e dos gestores da educação, que deverão tornar-se sensíveis aos projetos criativos e desafiadores. Redimensionar a metodologia oferecida dentro da sala de aula demanda contemplar atividades que ultrapassem as paredes das salas, dos laboratórios e dos muros das universidades. As atividades desafiadoras para responder às problemáticas existentes necessitam da criação de espaços virtuais e presenciais dentro e fora da universidade. A abertura para contatos pela rede informatizada, que poderá ocorrer do professor para o professor, do professor para o aluno, dos alunos entre si, e dos alunos e professores com os usuários da rede, propicia a inserção no universo mundial da informação.
Os quatro pilares da educação colaborativa, segundo Jacques Delor (coordenador do relatório Educação para o séc. XXI ,da Unesco)

  1. Aprender a conhecer (possuir o conhecimento e ter domínio sobre ele, saber aplicá-lo como meio e finalidade e humana, ou seja, pelo prazer e necessidade de aprender);
  2. Aprender a fazer (significa ir além da execução de tarefas. É desenvolver as aptidões de forma competente e habilidosa superando a dicotomia teoria-prática);
  3. Aprender a viver juntos (“compreender o outro e desenvolver a percepção da interdependência, da não-violência, administrar conflitos”; descobrir o outro, “a complexa teia de relações entre as várias partes de um todo unificado”);
  4. Aprender a ser (no sentido total da pessoa humana: espírito e corpo, inteligências múltiplas, sensibilidade, sentido estético e autônomo, e responsabilidade).
Com esses quatro pilares, tenta-se superar a desumanização do mundo, conferindo liberdade de pensamentos e responsabilidade sobre os atos dos indivíduos. A missão da escola é ser o espaço de realização humana, de alegria e de contentamento cultural onde as informações são continuamente revistas, as hipóteses reavaliadas criativa e criticamente, o lugar privilegiado de construção dos saberes. Nesse ambiente, o professor deve possuir uma visão holística, de abordagem progressiva, que leve o aluno a aprender a aprender. São essas as posturas que o novo paradigma de aprendizagem colaborativa demanda, em todos os seus níveis – principalmente no ensino superior.

Análise de modelos mentais - desconstrução de premissas


Aula do dia 25/5/2010
Dividimo-nos em grupos e realizamos a leitura seccionada do texto Tá combinado, de Feizi Masrour Milani. Após a leitura, realizamos uma dramatização onde associamos o texto a algum fato do nosso cotidiano escolar.

Tá combinado! - Construindo um pacto de convivência na escola.

O texto articula tecnologias para o trabalho educativo do professor fundamentando-se num conjunto de princípios e valores que precisa ser conhecido,  compreendido e incorporado por quem deseja aplicá-lo, ou pelo menos servir de base para que suas próprias estratégias sejam criadas.
Essa tecnologia se pauta em modelos mentais que atuam de três maneiras, a saber:
  • Filtro: lentes que se colocam entre a mente e o objeto observado. Caso estejamos com óculos cujas lentes sejam vermelhas, veremos um mundo condicionado por essa cor.
  • Análise: processador que decodifica as informações levando-nos a determinadas conclusões.
  • Decisão: menu de opções acionado pelas conclusões da etapa anterior. São alternativas de ação dentre as quais os indivíduos tomam suas decisões.
O modelo mental filtra as percepções do indivíduo, captando prioritariamente aquelas que confirmam suas próprias crenças resultando em uma interpretação dos fatos que o confirma e reforça.
Os modelos mentais dos professores têm um impacto profundo no clima e estados mentais de aprendizagem. Tais modelos são a principal motivação para o comportamento das pessoas e caso queiramos modificar nossas atitudes, devemos conhecer nossos modelos mentais: nossos pensamentos e sentimentos que formam nossa percepção das coisas. Quando essas ‘verdades’ não são trazidas à tona e analisadas criticamente, corre-se o risco de se partir de uma premissa equivocada o que nos levará a conclusões igualmente erradas.
O livro questiona uma série de premissas controversas, dentre elas destacamos:  
  •  Os alunos de hoje em dia não querem nada!
Essas queixas são bastante antigas. A cada geração, jovens e adolescentes desempenham o mesmo papel nesse sistema bancário de ensino.  Cada educador deve aceitar os desafios da auto-análise e da autotransformação, examinar o seu modelo mental, questionando as premissas e crenças que o fundamenta, rever as suas posturas e práticas em sala de aula, buscar o constante aprimoramento pessoal, não apenas o cognitivo, mas também o emocional, ético e espiritual.
Superar modelos e processos ultrapassados na educação escolar exige formação integral do ser humano (propósito do trabalho educativo).
  •  Esses alunos deveriam ser mais responsáveis
Responsabilidade não é um estado definitivo, é um aprendizado constante e indefinido, lento e progressivo. Será que estamos criando oportunidades adequadas para que eles desenvolvam o seu senso de responsabilidade? A autonomia vai se constituindo na experiência das várias decisões tomadas. Se nossos educandos não estão amadurecendo, a responsabilidade disso recai sobre a família, principalmente, e também aos educadores.
  •  Se os alunos recebessem uma boa educação doméstica, eu não teria tantos problemas em sala de aula.
Impossível não concluir que a desagregação das famílias está influindo negativamente no cotidiano escolar, mas o professor não pode se pautar nisso para realizar um trabalho descomprometido. A educação não pode se tornar um jogo de empurra, onde a família culpa a escola pela má índole dos seus filhos e vice-versa, ou as duas se unem para culpar a mídia ou o sistema. O professor não pode se isentar de sua responsabilidade, ao contrário, ela só aumenta. Na grande maioria dos casos, esses estudantes são os que mais dependem de uma orientação que o capacite a desenvolver sua auto-disciplina e crescimento intelectual em limites justos e equilibrados.

Identidade na relação de trabalho - Direitos e Atribuições


Aula do dia 20/4/2010

A construção da Identidade na relação de trabalho

Por meio de um organograma, discutimos a estrutura e funcionamento da relação de trabalho na SEDF, de acordo com os parâmetros legais, bem como quanto à autonomia construída, que requer do servidor consonância com a instituição de trabalho (o Sistema Educacional e o Sistema Escolar) para prestar serviços de qualidade ao público e exercitar a função social da escola como direito social do cidadão.
Ressaltemos que o conjunto de princípios que normatizam e definem as duas perspectivas de relação de trabalho abaixo devem ser permeadas por uma via de mão dupla no que se refere aos direitos e deveres.
No conjunto de leis que normatizam a autonomia legal temos


·         Na organização dos princípios da relação empregado-patrão:

   - Lei número 8.112 de 11/12/1990

   - Lei número 4.075 de 28/12/2007

   - Portaria número 255 de 12/12/2008, dentre outras.
·         Na organização dos princípios da relação na Organização do Trabalho Pedagógico – OTP:

- Constituição Federal número 88 de 1988
- Lei de Diretrizes e Bases da Educação, número 9.394/1996
- GC número 4.036/2007
- Regimento Escolar
- Diretrizes
- Decretos
- Portarias



O Termo de Posse deixa bastante claro as atribuições do professor:

  •  Regência no Ensino Fundamental ou Médio, conforme sua habilitação específica.
  •  Participação na elaboração da proposta pedagógica da escola.
  •  Colaborar para proporcionar aos educandos formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades, qualificação para o trabalho e cidadania.
  •  Desenvolver o espírito cívico do estudante.
  •  Preparar aulas, selecionar textos e exercícios, orientar e analisar trabalhos.
  •  Ministrar os dias letivos previstos em lei.
  •  Participar de reuniões de caráter pedagógico e acompanhamento de atividades discentes.
  •  Colaborar com diretores, orientadores e outros profissionais do estabelecimento escolar auxiliando-os no que seja necessário, inclusive em atividade de recuperação para alunos com dificuldades variadas.
  •  Realizar planejamentos de atividades em consonância com as dos demais professores. Colaborar para um ambiente de cooperação que integre toda a comunidade escolar.
  •  Planejar, desenvolver e avaliar seu trabalho docente.
  •  Contribuir para o desenvolvimento físico do aluno, mas com atenção à segurança.
  •  Participar das reuniões com os pais, procurando situá-los em relação aos seus filhos, estimulando a participação familiar na vida escolar deles.

Para os professores de Educação básica – anos iniciais:

  • Além do supracitado, desenvolver  o potencial criativo da criança
  • Desenvolver a motricidade e percepção visual, favorecendo a maturidade para a aprendizagem
  •  Colaborar, na preparação de materiais didáticos, com a direção do estabelecimento escolar.

Plano de Curso


Aula do dia 13/4/2010
Plano de Curso

Ocasião em que houve acolhida e apresentação do curso e seus participantes. Foi entregue a ementa do curso impressa onde consta o planejamento das aulas por tema bem como os objetivos e metodologias utilizadas.
  1. Identificação: Curso  Profissionais de Educação: Identidade e trabalho
  2. Ementa:
O trabalho do professor está permeado pela compreensão dos aspectos pedagógicos e éticos de construção da aprendizagem dos educandos. Nesse sentido, é essencial que este profissional compreenda as leis que regem a carreira  magistério, da gestão escolar, do projeto político pedagógico e da responsabilidade individual e coletiva para a melhoria da educação. Daí a existência do Curso Profissionais de Educação: Identidade e trabalho, a fim de suprir as necessidades que tem o profissional de educação quanto aos aspectos legais e pedagógicos de sua práxis.  
  1. Justificativa do curso:
Proporcionar um amplo conhecimento da instituição Secretaria de Educação do Distrito Federal (doravante SEDF), sua organização administrativa e pedagógica, bem como das unidades de ensino onde o profissional de fato vai atuar justifica a existência e necessidade do presente  curso que visa, ainda, ao melhor tratamento por parte dos professores dos conflitos inerentes à educação.
  1. Objetivos:
Geral
Discutir aspectos prático-ético-organizacionais da SEDF para os recém-chegados à instituição a fim de fomentar neles identidade profissional.
Específicos
  • Identificar leis que regem a Carreira  Magistério.
  • Compreensão da importância do trabalho coletivo.
  • Analisar principais aspectos da gestão compartilhada, conselho escolar e Projeto Político Pedagógico
  • Analisar as dimensões do relacionamento interpessoal na escola
  • Analisar aspectos do trabalho pedagógico: Avaliação, Currículo, Projetos...
  • Identificar diferentes teorias de aprendizagem.

  1. Metodologias:
Aulas expositivas, interativas, de vivência, trabalhos individuais e coletivos.
Avaliação Formativa
Ocorrerá nas seguintes dimensões:
·         Processual, ou seja, em relação às leituras e intervenções; assiduidade, freqüência, pontualidade, desempenho nas atividades propostas, individuais e coletivas.
·         Culminância: memorial das aulas via blog ou pasta onde conste também um projeto relativo à área de atuação do professor cursista.
  1. Recursos de aprendizagem-ensino:
Lousa, papéis, dinâmicas, TV, vídeo ou DVD, retro-projetor, som.
  1. Carga horária: 100h (78 horas diretas, 22 horas indiretas)
  2. Bibliografia Básica:
  • Lei 8.112
  • Portarias número 255
  • Lei 4.036/2007
  • Diretrizes Pedagógicas da SEDF
  • Portaria de Distribuição de carga horária – 74/2009
  • Diretrizes de Avaliação – Portaria número 77/2009
  • Site da SEDF HTTP://www.se.df.gov.br
RIOS, Terezinha A. As dimensões ética e política. In: Compreender e Ensinar: por uma docência de melhor qualidade. 5ª Ed. São Paulo: Cortez, 2005 p.100-109
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia – saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Avaliação do Ensino e da Comunidade Escolar


Aula expositiva por meio de apresentação em Power Point em 21/9/2010.

Currículo de Educação Básica das Escolas Públicas do DF – Avaliação

Segundo o documento supracitado, concebe-se avaliação o elemento contínuo do processo de ensino e aprendizado. À parte o valor quantitativo de analisar estatisticamente o nível de compreensão dos conteúdos por parte do aluno, devemos privilegiar o valor qualitativo da avaliação. Sabemos que dispomos de pouquíssimo tempo para essa tarefa, haja vista os horários corridos, os prazos apertados de fechamento de notas e preenchimento de diários. Melhor seria se pudéssemos esmiuçar ao máximo a avaliação a fim de mostrar ao aluno os pontos positivos e aqueles onde ele precisa melhorar, o que é um exercício crítico de nossa própria práxis.  
Avaliação denota julgamento, apreciação, valoração a partir de alguns princípios. É um instrumento valioso e que deve ser permanentemente adequado às habilidades do aluno a fim de poder extrair dele aquilo que conseguiu assimilar das aulas e atividades propostas. A avaliação é a oportunidade de o aluno demonstrar seu conhecimento diante daquela situação proposta nas provas. Infelizmente verificamos muito claramente na atual geração uma falta total e absoluta de um estudo contínuo, em casa, de forma a sedimentar o que é visto durante as aulas. Com o advento da Internet, o trabalho de pesquisa, no mais das vezes tornou-se cópia deliberada, plágio; o que em linguagem computadorizada é o famigerado Ctrl+C, Ctrl+V. Grupos de estudos entre colegas, trabalhos manuscritos, idas à biblioteca são atos raros entre a juventude que não demonstra muita autonomia na discussão dos conteúdos e a falta de pré-requisitos é algo que tem se mostrado um grande entrave à educação de qualidade. A escola perdeu o seu foco que era o da formação acadêmica, prioritariamente. Com a franca desagregação da família que delegou ao Estado a formação do indivíduo no que tange aos princípios básicos de civilidade, as escolas não são geradoras de conhecimento, senão depósitos humanos onde o professor é babá dos alunos, um lugar ‘seguro’ onde os pais deixam seus filhos para afastá-los da marginalidade. São poucos aqueles que se interessam pela formação acadêmica do filho, se ele terá condições de ser bem empregado e dar continuidade ao estudo no ensino superior.  
A SEDF determinou que aluno deve ser avaliado na seguinte proporção: 50% da nota corresponde a projetos, trabalhos e atividades com consulta/pesquisa e 50% da nota refere-se à avaliação formal, o que remete a provas escritas ou orais sem consulta. O desempenho do aluno sozinho revela-se quase sempre inferior àquele com consulta, o que demonstra a frágil capacidade de articulação do educando. Em muitos casos, os 20 pontos que ele deve atingir em cada disciplina ao longo do ano letivo decorrem mais dos 50% garantidos por lei às tarefas com consulta. Deixemos claro que são 20 pontos a serem atingidos sendo que o sistema educacional oferta 40. Mesmo com tais facilidades, o índice de reprovação é enorme, mesmo com um padrão tão rudimentar de qualidade. O que fazer?
É preciso enfatizar que a relação de ensino e aprendizado eficazes exige uma relação de confiança entre o professor e o aluno no sentido de facilitar a mediação dos conteúdos e que o educando possa aplicá-los em seu cotidiano de modo a ser um cidadão ativamente participativo na sociedade. Imaginar que toda a diversidade de alunos presente numa turma tenha o mesmo nível de assimilação é um tanto quanto ingenuidade do professor, mas ele pode filtrar as potencialidades desses alunos considerando suas capacidades cognitivas, motoras, as relações interpessoais que eles são capazes de estabelecer, etc.
Uma educação de qualidade não coloca à prova somente o aluno, senão a própria escola, direção, coordenação e principalmente os professores. Verificamos que a SEDF não tem um filtro muito preciso do que de fato ocorre nas escolas cujas avaliações de desempenho restringem-se, na maioria das vezes, ao preenchimento de questionários e relatórios. A situação é tão precária que o professor não se vê obrigado pelo sistema a desenvolver sequer o mínino de atividades e conteúdos, haja vista que seu trabalho não é acompanhado de perto, e aqueles aéticos são acobertados pela impunidade.
A avaliação, em qualquer dos itens abordados acima, deve ter caráter formativo, ou seja, deve ser quantificado e qualificado em suas fases inicial e final, a fim de que os instrumentos sejam aprimorados a fim de melhorar  as práticas educativas do aluno em relação ao todo e em relação a si mesmo.  

Caminhos da Profissão e da Profissionalidade docentes


Aula do dia 4/5/2010 que teve como base o texto “Caminhos da Profissão e da Profissionalidade docentes”, de Menga Liolka e Luiz Alberto Borng

Caminhos da Profissão e da Profissionalidade docentes

O texto reflete sobre o franco processo de precarização do trabalho docente no Brasil problematizando a docência enquanto profissão institucionalizada e a dicotomia no que se refere à autonomia.
O senso comum costuma apresentar certa nostalgia em relação à escola de antes vendo o presente a perda do prestígio do professor, seu baixo poder aquisitivo, insatisfação e falta de realização pessoal e profissional. O texto cita estudiosos sobre a temática da desprofissionalização do magistério na França, a saber, Isambert-Jamati, Claude Dukar, Boudoncle, Cogan & Barber, Goode, Joly Gouveia, Shcaffel, Medano, Maurice, etc.
O tom sagrado da profissão docente de outrora desapareceu e uma das razões seria falta de uniformidade da base ideológica de conceituação da profissão, que adquiriu o viés neutro de um saber puramente técnico e desvinculado do papel social.
A subordinação ao Estado empreende limites à profissão docente, atolada em sua burocracia desmedida, em suas estatísticas factóides que não dão a real transparência dos níveis de qualidade (sempre mascarados).
Os investimentos em educação em termos materiais demonstram certo empreendimento que não corresponde em nível humano (quanto ao consumo).  O processo de identificação do professor com sua carreira passa necessariamente pelo modelo de competência , do ‘saber, saber fazer, saber ser’ onde a educação é uma relação de serviço cliente= aluno, fornecedor= professor. É um movimento generalizado o de crise de identidade profissional.
Fatos que podem aclarar esse processo de desprofissionalização da docência é o fato de a ocupação feminina ser majoritária nesse setor, o que corroborou para sua desqualificação (‘semi-profissão’). Somado a isso, a falta de uma organização sindical mais efetiva, de uma homogeneização ética e de conduta faz dos professores uma categoria fraca.
O trabalho docente hoje conta com novas tecnologias (TICs – Tecnologias da Informação e Comunicação) de universalização do ensino superior e à distância (que minimiza a mediação do professor), programas de crédito educativo e bolsas integrais inclusive de pós-graduação. Mas todo esse aparato, por mais contraditoriamente que parece, não trouxe excelência na formação do professor, que demonstra ainda escassa habilidade para lidar com os desafios da contemporaneidade.
O texto aponta caminhos para uma questão relevante que é a da nomenclatura, ou seja, a polissemia que circunda os vocábulos relacionados à docência. Por exemplo, competência, profissionalidade, profissionismo, profissionalismo, profissão docente, saber docente.
O texto conclui-se com as seguintes sugestões para reflexão: Faz-se necessário um recuo histórico que deixe claro o processo de precarização da educação, em todas as suas fases. Segundo os autores do texto, a classificação da docência como profissão não se aplica completamente, dada a crise de identidade por que passa o ser humano em todas as localidades da Terra. Esta consiste a maior causa da precarização da educação.  Devemos trabalhar para fazer vigorar competências coletivas, construída a partir de modelos operacionais e de ação cujo operador coletivo seja engajado na mudança propondo modelos inéditos.
Os autores defendem que o uso do termo missão dá uma dimensão mais bem sucedida para a ‘profissão’ docente. O professor é um mediador, é o herdeiro, crítico, e intérprete da cultura, é o que dá a dimensão contínua de preparação e interpretação da realidade. A escola é o local privilegiado para transmissão dessa cultura.
Parceria e pesquisa são elementos capazes de mobilização no enfrentamento dos desafios dos nossos dias. Pesquisas próprias visando os problemas imediatos da comunidade a que pertencemos associadas às suas respectivas práticas darão novas perspectivas rumo à profissionalização de que tanto necessitamos, que contribuirá consequentemente para a valorização do professor.

Educação Inclusiva - adequação curricular


Aula do dia 10/8/2010. Nesta ocasião a classe foi dividida em grupo onde cada um analisou, discutiu e apresentou aos demais colegas um ponto previamente definido sobre o texto "Dez ideia (mal) feitas sobre a EducaçãoInclusiva" (org.) David Rodrigues.


Educação Inclusiva – adequações curriculares


Na proposta pedagógica da Educação Inclusiva devem ser ofertadas oportunidades diversas de aprendizagem onde ocorra a transição de diferentes paradigmas de conhecimento.
A tarefa de diferenciar o currículo de forma e fazer vigorar a inclusão daqueles alunos com os mais variados comprometimentos intelectuais e motores prevê a cooperação de toda a comunidade escolar: pais e responsáveis (no que se refere a providenciar, junto às instituições competentes, os diagnósticos médicos), direção (no que tange às adequações físicas: banheiros adaptados a cadeirantes, iluminação apropriada, etc), sala de recursos e professores (no assessoramento aos  professores quanto às melhores estratégias pedagógicas a serem seguidas em prol de um melhor desempenho do aluno PPNE)
Sabe-se que a escola apresenta uma inércia organizacional na qual a organização das classes e turmas é feita de forma aleatória e não para favorecer o aprendizado do coletivo. Outro ponto digno de nota é a não observância de uma elaboração da grade, dias e horários de modo que fizesse convergir conteúdos correlatos, adjacentes e transversais – o que favoreceria o aprendizado cosmopolita.
Outro fator não menos importante que os acima apontados  mas que merece determinado destaque é a adequação social dos conteúdos. Limitar a adequação ao modelo de défice é uma concepção estreita do que realmente é Educação Inclusiva. Alargar o currículo com ênfase nas questões sociais pode promover o desenvolvimento da autonomia do aluno conforme preconiza o modelo guarda-chuva. Uma das metodologias que pode auxiliar nesse sentido é a análise de tarefas.