segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ética e Empreendedorismo na Escola



Aula de 18/5/2010 onde foi mostrado um vídeo onde intelectuais falam sobre Ética cujas intervenções serviram de motes para a discussão posterior, embasada no texto "As dimensões ética e política" In: Compreender e ensinar, de Terezinha Rios. O mesmo se deu em relação à entrevista dada pelo consultor e conferencista Waldez Ludwing sobre Mercado de trabalho e Empreendedorismo http://www.youtube.com/watch?v=uyMY2uo-iqQ .

É  T I C A
Marilena Chauí: “Educar a nossa moral, nosso espírito nos ajuda a escolher melhor. A ética é a educação da  vontade, das paixões do nosso temperamento pela razão”.

Antonio Candido: “Todas as idéias, antes de aceitas, foram tidas como subversivas, transgressoras”.

Renato Janine Ribeiro: “Nenhum homem é igual.
A democracia homenageia o homem e mascara as cisões da sociedade”.

Nelson Brissac: “Existem éticas das imagens. Dar tempo e lugar para os fatos é cristalizá-los”.

Gerol Bornheim: “Como entender o todo se há a tendência à individualização? – nossa herança burguesa”.

José Miguel Wisnik: “ Há a ilusão do real pelo escrito. Há de haver ética na imprensa –  máquina de fazer e desfazer contextos que opera deslocamento do acontecido de forma a atender a determinados objetivos”.

Alfredo Bosi: “As estrelas no céu e a ética moral no homem”.  

Mercado de Trabalho e Empreendedorismo

Há uma transformação mundial da economia, pois esta se baseia, hoje em dia, em conhecimento. Desta forma, as empresas buscam o diferencial por meio da inovação (fator de competitividade atual), que só pode vir do ser humano. O conferencista contrapõe essas idéias à nossa herança passada (e presente) escravocrata, onde havia (e continuava havendo) a figura do senhor de engenho e do capataz que se materializam nas figuras do empresário e do gerente, atualmente. Segundo ele, nesse modelo retrógrado, esses profissionais – os capatazes ou gerentes ou coordenadores – só controlam os demais, que são pessoas com vocação para escravo. Os ‘escravos’ não gostam de trabalhar: tem a síndrome do domingo à noite, dizem ganhar pouco (desconhecendo que há uma regra salarial socialmente enraizada onde as pessoas recebem por sua raridade e não pela sua importância. Ludwing exemplifica tal opinião de forma muito bem humorada e sarcástica citando os professores: desvalorizados porque há muitos no mercado). Outra falha do ‘escravo’: trabalhar mal porque ganha pouco.  A recomendação do conferencista é a de que o funcionário deve mostrar seu trabalho de forma espetacular para que seja descoberto, e caso não o seja onde está, que se lance em outras possibilidades. O funcionário tradicional geralmente se apega somente aos benefícios: tickets, vales, cestas básicas... para realizar um bom trabalho. Nesse sentido sua fala se associa ao vídeo sobre Ética, pois se visa o imediatismo da recompensa da profissão sem esforço (ou com o menor esforço possível), sem se traçar uma linha de progresso profissional ascendente. Um funcionário ciente de que seu destaque na execução das tarefas (naturalmente conseguido pela formação constante) fará ruir de fato a escravidão.
Mas a tragicidade deste mercado de trabalho que privilegia o funcionário múltiplo, de formação ampla e continuada está no fato de que as oportunidades ficam cada dia mais escassas para os que não têm esse perfil empreendedor. E para isso não basta colocar as crianças na escola, elas já estão. A escola precisa preparar o indivíduo para correr riscos, ultrapassar obstáculos, superar-se a si próprio. É preciso dar oportunidades para que os diversos dons aflorarem. Não a obsessão de uma formação que não corresponde à sua individualidade e sim aquela onde o funcionário possa valorizar o que tem de melhor e gerenciar suas fragilidades, a propósito, é muito melhor que ele haja de franqueza sobre suas vulnerabilidades com seu chefe.  Até a mão-de-obra na construção civil já está em franco escasseamento, pois já é sabido que as máquinas estão facilitando o trabalho humano, o que dispensa o trabalho de muitos funcionários cuja formação e capacitação é limitada.
Empreendedor é aquele cuja visão da empresa ou instituição é ampla, de forma a compreender o todo, e não somente a parte; é o que toma para si as responsabilidades e faz seu o patrimônio que é do outro. É um microempresário de si mesmo, pois se faz muito necessário à empresa e sabe o valor de sua carreira, não a delegando ao patrão, que nesse contexto, é mais um participador nos lucros que um mero funcionário. É um indivíduo que ama trabalhar, ama desafios e corre riscos com planejamento. O professor deve ser um pouco empreendedor da educação, ou seja, ver nela o meio de propiciar que os alunos possam agir com cidadania, ética e empreendedorismo na sociedade.  

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